Na madrugada do último domingo, a seleção de basquete feminino do Brasil conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima ao vencer os Estados Unidos por 79-73.
A medalha de ouro não vestia o peito da seleção feminina brasileira na competição desde a mítica conquista em Havana, em 1991.
Dessa combinação de datas, com a emoção genuína da veterana Érika, a atuação majestosa de Tainá na final, com madrugadas de torcida pelo basquete feminino e a empolgação pelo início do trabalho do técnico Neto, explodiu uma conquista verdadeiramente linda e emocionante, que inviabiliza análises mais profundas por alguém que acompanha e torce pelo esporte há tanto tempo.
O que consigo dizer, por enquanto, é que sim, há avanços.
O principal foi no trabalho defensivo, muito mais agressivo e intenso.
No ataque, nesse pouco tempo de trabalho também já se percebem mudanças, com uma valorização maior da posse de bola e o aumento do número de assistências.
Acho notável que a filosofia de revezamento de atletas tenha se mantido até o final, com Érika e Clarissa atuando por até vinte minutos apenas.
É importante frisar que nessa primeira convocação, Neto não teve muita liberdade de escolha em função da lista em competições como Pan ser definida com grande antecedência. Entretanto para a próxima, o treinador poderá fazer novas observações e trazer novidades após a disputa das Finais da LBF.
A despeito dos possíveis avanços técnicos, físicos ou táticos, a alteração mais relevante nesse início de trabalho é no ambiente da seleção e na sintonia com a comissão técnica.
Nos últimos anos, a seleção feminina passou por tantas trocas de técnico que houve uma degeneração nesse relacionamento, com jogadoras desmotivadas, inseguras e pouco concentradas em quadra.
A chegada de José Neto parece ter criado condições para melhorar essa relação e resgatar o respeito com a camisa da seleção.
Por tudo isso, esse ouro é puro.
Parabéns, meninas!
Matéria by Bert